Nativa e amplamente encontrada na paisagem brasileira, a macaúba vem alistando garimpeiros de várias partes do Brasil em busca do ouro presente em seus frutos, o nobre e produtivo óleo e seus coprodutos. No Brasil a macaúba é tratada por nomes como bocaiúva, macaúva, coco-de-catarro, coco-de-espinho, mucajá e chiclete-de-baiano. Independentemente do nome, uma coisa é certa: a planta deverá ocupar papel de destaque na economia brasileira, assim como o dendê ocupa para alguns países asiáticos.
O Brasil lidera as pesquisas com a macaúba, iniciadas em grande volume há cerca dez anos. Já se sabe que a planta é largamente competitiva: a polpa é apreciada na gastronomia e apresenta excelentes propriedades alimentares e nutracêuticas. O óleo da amêndoa é igualmente apreciado pelas indústrias de alimentos e de cosméticos e o óleo da polpa, rico em ácido oleico e com aplicação certa para biodiesel e bioquerosene.
Plantada comercialmente até agora apenas no Estado de Minas Gerais, a cultura pode representar uma solução imediata para recuperação de áreas de pastagem degradadas ou de suplementação de renda ao setor pecuário. Dados preliminares de produção são promissores e indicam que a cultura poderá ser estendida para toda a região central do Brasil em curto prazo, onde é encontrada abundante e espontaneamente.
Com uma série de oportunidades, os desafios para a macaúba são igualmente expressivos. Destacam-se: a necessidade de conhecer melhor os aspectos biológicos da espécie; a mecanização das atividades de plantio e colheita; as aplicações industriais dos seus diversos produtos; a regulamentação de aspectos legislativos que facilitem a implantação da sua cadeia de produção e a busca por oportunidades de financiamentos tanto para o plantio como para a pesquisa. Vencer estes, dentre outros desafios, permitirá que ela possa ser empregada como fator de desenvolvimento regional e ser protagonista em ações de políticas públicas adequadas.
A macaúba pode alavancar o mercado de óleo nacional e reduzir a dependência pelo óleo de palma — o óleo extraído da amêndoa da macaúba chega a superar o óleo de dendê, abrindo um novo leque de possibilidades.
CTBE e IAC enxergam na macaúba um gerador importante de oportunidades visando a transformar o país em um grande produtor de mais uma matéria-prima de alta qualidade e aplicação tecnológica, motivo pelo qual os convidam a participar desse Workshop Estratégico.