O evento tem por finalidade discutir estratégias de aprimoramento da comunicação científica da emergência climática. Essa finalidade justifica-se facilmente. Processos como a proximidade de um ponto de não retorno da floresta amazônica, dos incêndios do Pantanal, ou, em outras latitudes, a amplificação ártica, o ritmo do degelo da Groenlândia e da Antártida, do degelo marinho no Ártico, da elevação do nível do mar, da liberação de GEE do permafrost, entre outros, vêm-se mostrando consistentes com os worst-case scenarios do IPCC (em geral, categorizados com o qualificativo: “baixa confiabilidade”), isso quando não se revelam ainda piores do que as piores simulações dos modelos climáticos, como é o caso do aquecimento atual do Atlântico Norte.[i]
Diante dessa aceleração vertiginosa do aquecimento, impõe-se à ciência a responsabilidade de comunicar à sociedade, do modo mais amplo e acessível possível, as ameaças presentes, iminentes, gravíssimas e, no limite, existenciais, que pesam sobre a humanidade e sobre a maioria das formas de vida pluricelular no planeta.
[i] Cf. Zeke Hausfather, “Are temperatures this summer hotter than scientists expected?” Berkeley Earth, 27/VII/2023. <https://berkeleyearth.org/are-temperatures-this-summer-hotter-than-scientists-expected/>.