Fontes de luz síncrotron são equipamentos de pesquisa de grande porte para a produção de feixes de radiação eletromagnética de amplo espectro (infravermelho, visível, ultravioleta e raios‐x) e de alta intensidade – uma “lâmpada universal”. O Brasil foi pioneiro, entre os países em desenvolvimento, ao projetar e construir a primeira fonte de luz síncrotron do hemisfério sul, que hoje opera em 1.37 GeV e possui 18 estações experimentais abertas a pesquisadores acadêmicos e industriais de toda a América Latina. Esta fonte, de segunda geração, colocou‐nos em condições de desenvolver pesquisa avançada a nível internacional nos anos 90, atingindo cerca de 1600 usuários. Como uma instalação aberta de pesquisa básica e aplicada, a primeira no Brasil, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) tem desempenhado um papel importante na integração nacional e regional, sendo que 16% dos usuários que utilizam as instalações são oriundos de outros países da América Latina.
Passada a fase em que o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron adquiriu a tecnologia de luz síncrotron, o LNLS está trabalhando agora no projeto de uma nova fonte de luz síncrotron de quarta geração, o Sirius, um acelerador síncrotron de 3 GeV e 0.28nm radiano de emitância, que será a melhor do mundo na sua classe. Esta nova fonte terá brilho comparável ou melhor do que todas aquelas em construção ou recentemente construídas nas Américas, Europa e Ásia, permitindo que o Brasil se mantenha competitivo pelos próximos 20 anos. O projeto e a construção de muitos dos principais equipamentos do sistema serão brasileiros, assim como o foram para a primeira fonte em operação no LNLS. No entanto, ao contrário do passado, o envolvimento da indústria nacional neste novo projeto será muito mais intenso e fundamental para o sucesso.
Por esse envolvimento e pelas demandas do projeto, identificou-se no momento de sua concepção equipamentos, dispositivos e sistemas com alto grau de complexidade, não encontrados em prateleiras ou sob encomendas mas que pudessem ser desenvolvidos por empresas no Brasil, chamados de Desafios Sirius, que seguem descritos nas páginas ao lado.