Vocês estão me ouvindo? Você está mudo! Abriu aí? Essas falas talvez tenham sido as mais usadas nos anos de 2020 e 2021, com milhões de reuniões virtuais acontecendo diariamente no mundo todo.
Com as adaptações necessárias para garantir a segurança dos colaboradores e parceiros do CNPEM, novas formas de comunicação e interação se estabeleceram para garantir a continuidade das ações de treinamento e extensão planejadas.
Apesar da interrupção das interações presenciais, as iniciativas virtuais trouxeram grande aprendizado e maior alcance dos eventos e workshops realizados pelo Centro, facilitando a participação de inscritos e palestrantes de todo o globo.
Buscar segurança em um cenário de incertezas. Se reinventar, aprender e aceitar a movimentação para o formato virtual foi crucial no começo. Adquirimos conhecimento técnico sobre plataformas de eventos virtuais em pouco tempo, isso ajudou no preparo e confiança durante o processo de planejamento e execução dos novos eventos. Não foi fácil, mas um grande desafio.
Os eventos constroem identidade e influenciam positivamente quando bem-organizados, facilitam a comunicação entre o público externo e interno. Somente transferir as experiências do evento presencial para o virtual não é suficiente, adaptação é a palavra-chave.
O distanciamento social reforçou a importância do diálogo entre as pessoas, mas o virtual afirmou que mesmo atrás de telas, vídeos, botões e diferentes ferramentas, isso pode ser possível quando todos querem fazer acontecer. O formato virtual também pode ser um grande potencializador e uma nova porta de entrada de participantes nacionais e internacionais.
Foi um privilégio trabalhar com profissionais no CNPEM dispostos a se aprimorar e a explorar esse “mundo novo”. Sem esse trabalho em equipe, o sucesso dos eventos virtuais dos últimos anos no CNPEM não seria possível.
Quando o presencial for possível novamente, acredito que há chances de acontecer a soma dessas duas modalidades, os eventos híbridos extraem o melhor dos dois formatos, sendo uma alternativa para engajar e atrair diferentes públicos para o Centro.”
Lucas Dias
Assistente administrativo
O CNPEM realizou, em 17 de maio de 2021, uma visita virtual guiada às instalações do Sirius, em comemoração ao Dia Internacional da Luz, celebrado anualmente em 16 de maio. Durante aproximadamente uma hora, os visitantes puderam conhecer o projeto e ver detalhes das primeiras estações experimentais do Sirius, que usam diferentes tipos de técnicas para desvendar a estrutura dos mais diversos materiais. A visita virtual contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes, e teve transmissão ao vivo nos canais do YouTube do CNPEM e do MCTI. A programação também contou com a presença do Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A visita foi noticiada em diversos veículos de ampla circulação, como TV Bandeirantes, G1, UOL, CanalTech, além de veículos locais. No canal do CNPEM no YouTube, a visita somou mais de treze mil visualizações.
JOÃO CARLOS SETUBAL
Professor no Departamento de Bioquímica – Universidade de São Paulo (USP)
“Conheci o CNPEM em uma visita ao pesquisador Mario Murakami, do LNBR, em outubro de 2018. Foi uma ótima visita: Mario nos ofereceu um tour pelas instalações, que são de primeira linha. Além disso, o campus é muito agradável, com diversas árvores frondosas. Minha experiência de participar do evento online IBSB: Enzymes for Biorenewables foi excelente. O evento foi muito bem-organizado, e as palestras as quais assisti foram de alto nível. A participação da audiência também foi bastante estimulante.
Porém, é preciso dizer que um evento online não é a mesma coisa que um evento presencial. Em termos da programação no papel (ou na tela!) talvez não haja muita diferença, mas em termos de possibilidades de interação com os participantes há um mundo de diferença. E é justamente nessas interações informais (durante pausas de coffee break, por exemplo) que muita coisa acontece e muita coisa se aprende.
Então a impossibilidade de se ter esse contato interpessoal representa uma grande perda. Mas não devemos nos lamentar, pois a comparação principal não é essa. Nestes tempos de pandemia, a comparação principal é entre ter um evento online ou não ter nenhum evento. E claramente ter um evento é muito melhor do que não ter. Por esse motivo, sou muito grato aos organizadores do IBSB por terem tido a iniciativa de oferecê-lo.”
MUNIR SALOMÃO SKAF
Professor no Instituto de Química Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
“Eu conheço pessoalmente o CNPEM há vários anos e mantenho colaboração com vários cientistas desse magnífico conjunto de Laboratórios Nacionais.
A ciência que se faz no CNPEM é de altíssimo nível e os pesquisadores, na sua maioria jovens talentosos, são muito abertos e afeitos ao trabalho cooperativo. Isso agrega não só valor à ciência, mas também prazer em trabalhar conjuntamente.
Esta 3ª edição do Workshop IBSB, tal como as que a antecederam, foi primorosa pelo elevado nível acadêmico e pela atmosfera informal o que muito contribuiu para que houvesse grande participação do público – não só como ouvintes, mas como participantes ativos e dispostos a perguntar e capazes de discutir sobre os diferentes tópicos sem aquela inibição que tanto se vê em boa parte dos eventos científicos. Muito disso se deveu ao excelente trabalho dos organizadores, que enfatizaram desde o início que “o negócio é conversar, participar e interagir” para que a ciência possa avançar melhor. O conjunto de palestrantes foi particularmente bem selecionado. Tivemos uma excelente diversidade de temas e abrangência de técnicas, bem como de representatividade entre os palestrantes, o que fez desse evento um dos melhores que participei nos últimos tempos.
Evidentemente que uma conferência face-a-face tem suas vantagens no que se refere à interação com os pares. Somos animais sociáveis por natureza, e tomar um café em companhia enquanto se discute ciência não tem preço, mas o formato digital não deixa a desejar no quesito “palestras”. A qualidade dos seminários não é afetada e você ganha com o alcance de público, que é muito superior no formato online. Você tem ainda a possibilidade de ter um palestrante do outro lado do mundo de maneira muito conveniente e a custo zero. Eu particularmente me adaptei bem ao estilo remoto para seminários e reuniões de grupo. Estar vestido de bermuda e chinelo tem suas vantagens também.”
MARÍA FERNANDA MERA
Centro de Excelencia en Productos y Procesos (CEPROCOR), Argentina
“Trabalho em um projeto de fitorremediação de solo contaminado com metais tóxicos, com o objetivo de reduzir a exposição de crianças ao chumbo. Mesmo baixos níveis de exposição podem causar danos neurológicos graves e, em alguns casos, irreversíveis. Técnicas baseadas em luz síncrotron são cada vez mais utilizadas em sistemas solo-planta para avaliar metais tóxicos com importantes aplicações nas ciências ambientais.
O Workshop Agroenviro me ajudou a aprender sobre as técnicas inovadoras baseadas em luz síncrotron e suas aplicações em ciências ambientais. Além disso, o evento me deu a chance de conhecer novos pesquisadores que trabalham em temas semelhantes aos da minha área de atuação.”
Um momento de trocas entre os vários públicos que compõem a Ilum foi essencial para o estabelecimento da identidade dessa iniciativa de ensino inovadora no País.
Como forma de fundamentar e alimentar o processo de amadurecimento pedagógico, a Ilum promove um ciclo de discussões sobre temas ligados a ensino, ciência, tecnologia e inovação, os “Diálogos Ilum”. O evento é voltado para educadores, potenciais alunos e demais interessados por ciência e ensino. Em 2021 foram realizadas 30 palestras abordando temas como Aprendizagem Significativa, Metodologia “scale-up” de ensino, o papel dos cientistas na divulgação científica, contribuições da neurociência ao ensino, modelagem e experimentação no ensino de ciências, fenômenos e dispositivos quânticos, forma, função e informação na biologia, ambiente, história da ciência, matemática aplicada e lógica “fuzzy”, entre outros.
PATRICK MAIA MERÍSIO
Ministério Público do Trabalho
Grupo de trabalho: Nanotecnologia – Impactos na saúde e na segurança do trabalho
“Tenho contato com os impactos da nanotecnologia no meio ambiente profissional desde 2017, por conta de grupo de estudos (depois convertido em grupo de trabalho). Já interagi com movimentos sociais, órgãos públicos (em especial o MCTI), pesquisadores, cientistas e juristas, com o desafio de garantir o desenvolvimento sustentável, dentro da precaução e da consideração dos impactos, da regulação da nanotecnologia, com a participação do público e da sociedade, mediante informação acessível à população.
O evento ajudou muito, pois trouxe experiências e casos, revelando forte preocupação com metodologia científica de sustentabilidade e proteção ambiental. Tive a possibilidade de receber conhecimento acessível por especialistas e pesquisadores renomados, em especial sobre segurança ambiental e ocupacional.”
CARLO DE OLIVEIRA MARTINS
Pesquisador no John Innes Centre, Reino Unido
“Em minha função atual, dou suporte aos experimentos de espectrometria de massas aos pesquisadores do Norwich Research Park, bem como a usuários externos. Além de uma grande variedade de experimentos de proteômica, principalmente co-imunoprecipitação.Também trabalhamos com pequenas moléculas.
Usei a instalação aberta de espectrometria de massas do LNBio durante todo o meu doutorado para identificação de proteínas.
Eu sempre estou trabalhando com um projeto novo. Preciso sempre aprender novas técnicas para auxiliar os pesquisadores a responder suas perguntas científicas.
Sempre procuro participar dos Workshops do LNBio, que trazem palestrantes influentes na área de proteômica. Temos a oportunidade d e discutir e aprender sempre algo novo em espectrometria de massas. O evento sempre traz o que há de mais moderno em proteômica, que é um ramo em que as mudanças acontecem muito rapidamente.”